O laudo psicológico é um dos documentos mais solicitados no exercício da psicologia profissional. Seja em contextos clínicos, educacionais, jurídicos ou organizacionais, ele tem um papel crucial: traduzir o raciocínio técnico e científico da(o) psicóloga(o) a partir de uma avaliação formal, de maneira ética, objetiva e fundamentada.
Mas afinal, o que é um laudo psicológico? Quando ele deve ser emitido? Como deve ser estruturado? E o que diz a Resolução CFP nº 06/2019 sobre ele?
Neste guia completo, você vai entender tudo isso — com exemplos práticos e orientações seguras para evitar erros comuns e garantir uma atuação ética e eficaz.
📌 O Que É um Laudo Psicológico?
De acordo com o Art. 13 da Resolução CFP nº 06/2019, o laudo psicológico é um documento técnico-científico que apresenta os resultados e conclusões de um processo de avaliação psicológica.
Sua finalidade principal é subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Ou seja, ele é um instrumento de comunicação que traduz, de forma objetiva, o raciocínio da(o) psicóloga(o) com base nas evidências colhidas.
“Apresenta informações técnicas e científicas dos fenômenos psicológicos, considerando os condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição atendida.” (Art. 13)
🧠 Quando Emitir um Laudo Psicológico?
Você deve emitir um laudo psicológico sempre que concluir um processo de avaliação psicológica estruturada, que envolva:
- Aplicação de testes psicológicos padronizados (conforme CFP nº 09/2018);
- Observações clínicas;
- Entrevistas;
- Instrumentos complementares.
📍 Exemplos práticos de uso:
- Encaminhamentos escolares (inclusão, adaptação, etc.);
- Avaliações judiciais (guarda, interdição, etc.);
- Avaliação de saúde mental para empresas;
- Processos de reabilitação;
- Avaliação neuropsicológica.
✍️ Como Deve Ser Estruturado o Laudo Psicológico?
A estrutura obrigatória do laudo psicológico, segundo o §1º do Art. 13 da Resolução, é dividida em 6 partes:
1. Identificação
Inclui:
- Título: “Laudo Psicológico”;
- Nome do paciente ou instituição;
- Nome do solicitante (ex: juiz, escola, empresa…);
- Finalidade da avaliação;
- Nome e CRP da(o) psicóloga(o).
2. Descrição da Demanda
Explica quem solicitou, por quê e qual a necessidade do documento. Deve justificar os procedimentos adotados, sempre com raciocínio técnico.
3. Procedimento
Descreve:
- Métodos e técnicas utilizados;
- Testes aplicados (citando a base teórica);
- Quantidade de encontros;
- Referencial teórico-metodológico.
Exemplo: foram utilizadas entrevistas clínicas, observação comportamental e aplicação dos testes X e Y, com base na abordagem cognitivo-comportamental.
4. Análise
Parte descritiva e interpretativa. Aqui a(o) psicóloga(o) apresenta uma síntese coerente e fundamentada sobre os dados coletados, sem descrever sessões literalmente (salvo se for tecnicamente necessário).
⚠️ A linguagem deve ser precisa e técnica. Nunca generalize ou faça afirmações sem base.
5. Conclusão
Traz as conclusões da avaliação, com:
- Diagnóstico ou hipótese diagnóstica;
- Encaminhamentos;
- Prognóstico;
- Recomendações ou projeto terapêutico.
“A(o) psicóloga(o) deve considerar a natureza dinâmica e não cristalizada do objeto de estudo.” (Art. 13 §6º)
6. Referências
Obrigatório citar os testes, autores, teorias ou classificações utilizadas (CID, DSM etc.), preferencialmente em nota de rodapé.
🔒 Aspectos Éticos e Técnicos Fundamentais
- A entrega do laudo deve ser feita em entrevista devolutiva (Art. 18).
- O conteúdo deve conter apenas o necessário para responder à demanda.
- Deve respeitar o sigilo profissional e os direitos da pessoa avaliada.
- Todas as páginas devem estar numeradas, rubricadas (menos a última, que é assinada).
- O prazo de validade do documento deve estar especificado.
⚠️ Erros Comuns a Evitar
- Utilizar linguagem vaga, subjetiva ou emocional;
- Afirmar algo sem base teórica ou factual;
- Transcrever falas do paciente sem justificativa técnica;
- Esquecer de indicar referencial teórico;
- Usar o laudo para outros fins que não o informado inicialmente.
💼 O Que Torna um Laudo Psicológico Profissional?
✔ Clareza e objetividade;
✔ Fundamentação teórica e técnica;
✔ Linguagem ética, impessoal e formal;
✔ Respeito ao sigilo e aos direitos do sujeito;
✔ Adequação ao Código de Ética e à Resolução CFP nº 06/2019.
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